Realizou-se hoje de manhã, dia 17 de Abril, o 4º sábado Temático organizado pela Associação Nacional de Docentes de Educação Especial. Esta sessão estava subordinada ao tema “Unidades Multideficiência” e como dinamizadoras contávamos com as Professoras Isabel Lopes e Fernanda Godinho.
Como referiu o Professor David Rodrigues na apresentação da sessão de hoje, estas iniciativas pretendem ser um espaço onde a troca de experiências e a partilha de práticas sejam uma constante. Na nossa opinião o mesmo tem sido alcançado e com muito sucesso. A qualidade das sessões tem sido muito elevada e os temas sempre “cheios” de pertinência.
A sessão iniciou com a apresentação de toda a equipa educativa do Agrupamento de Escolas de S. João da Talha que acompanhou as Professoras Isabel Lopes e Fernanda Godinho. Esta sessão encontrava-se dividida em duas partes, uma primeira em que foi descrito um enquadramento teórico-legal e uma segunda onde seriam partilhadas as práticas.
Durante a apresentação da primeira parte, foi-nos descrito um pouco do enquadramento legal das Unidades de Apoio a Alunos com Multideficiência (UAAM), foram descritos os objectivos das mesmas, as competências do órgão de gestão e quais as exigências para a “abertura” de uma Sala com estas condições.
Nesta primeira parte, surge uma questão que foi lançada a todos os presentes: “Será que as escolas estão preparadas para responder a cuidados de saúde?”
A Professora Isabel Lopes referiu ainda os pressupostos para a organização de respostas educativas, dos pressupostos apresentados realço a comunicação e a participação activa como áreas a trabalhar com mais frequência/intensidade.
De seguida a Professora Fernanda Godinho foi apresentando o Agrupamento, permitiu-nos “viajar” um pouco pela Instituição. Demonstrou ser uma Escola que pretende um ambiente o menos segregador possível e onde desejam proporcionar um espaço de aprendizagem e lazer a Todos!
Foram-nos dados a conhecer exemplos de Planos Diários onde as rotinas são trabalhadas diariamente e onde é “guardado” sempre espaço para os alunos irem às turmas.
As actividades desencolvidas têm como base o perfil de funcionalidade do aluno e toda a intervenção é realizada em torno das competências individuais de cada aluno, com todas as adaptações necessárias para a execução das mesmas. Esta execução é realizada de forma flexível.
A Psicóloga, a Fisioterapeuta, a Terapeuta da Fala e as Auxiliares apresentaram-nos algumas actividades realizadas e dinamizadas pela equipa educativa. Daqui tenho de destacar, como é óbvio a excelente articulação, visível, entre todos os intervenientes, mas acima de tudo valorizar a presença das Auxiliares que tantas vezes são esquecidas.
Elas são “peças-chave” em toda a Escola, mas nestas Salas são fundamentais para a construção de toda uma dinâmica e correcto funcionamento de actividades e rotinas diárias.
De seguida uma Professora Titular de Turma descreveu-nos um pouco da sua experiência e partilhou com todos algumas das actividades realizadas. Demonstrou grande sensibilidade e empenho na descrição que efectou. Referiu que o aluno “apenas” vai quinze minutos à sala de sala, mas permitam-nos dizer…que grande qualidade têm estes quinze minutos!!!
No final, a equipa educativa deixou algumas questões/dilemas que transcrevemos, para também aqui podermos reflectir:
• “Unidades – Para quem?”;
• “Alunos acamados – Cuidados de Saúde?”;
•“Que Inclusão? Será que estas Unidades são ambientes de Inclusão? Ou serão elas segregadoras?”
• “Que responsabilidades dos C.R.I.?”
• “Responsabilidades dos Orgãos de Gestão?”
Esta foi uma sessão onde o espaço de partilha de ideias/experiências foi bastante enriquecedor.
Estivemos perante uma “verdadeira” equipa que não se deixa abater pela falta de recursos para desenvolver um bom trabalho, ou melhor, um EXCELENTE trabalho. Aqui se aplica o velho ditado “Fazer omeletes sem ovos”.
Para terminar gostaríamos de "alimentar" um pouco mais o debate trazendo até vós duas frases, uma da Professora Isabel Amaral e que foi citada durante a sessão de hoje e a segunda do Professor David Rodrigues.
Ambas sugiram quando foram colocados alguns dos dilemas anteriormente referidos, ambas são de muita qualidade e de uma enorme pertinência.
“Façam-nos felizes!” (Professora Isabel Amaral)
“A criança, na escola, deve aprender a ser feliz.” (Professor David Rodrigues)
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