Realizou-se, sábado, dia 20 de Março, o 3º sábado Temático organizado pela Associação Nacional de Docentes de Educação especial. Esta sessão estava subordinada ao tema “Unidades de Ensino Estruturado-Autismo” e a oradora era a Dr.ª Ana Alves, que veio partilhar connosco as suas experiências.
Numa manhã chuvosa a sala foi enchendo, revelando, uma vez mais, a pertinência dos temas e a qualidade do Evento.
A oradora colocou algumas questões aos presentes, decorrentes das dúvidas existentes nas suas práticas.
- Que instrumento utilizar para avaliar o desenvolvimento?
- Como elaborar um programa educativo individual equilibrado?
- Que programa de intervenção seleccionar?
- Como promover a complementaridade da Intervenção?
Quanto ao avaliar o desenvolvimento realçou a importância de encontrar uma cheeklist para definirmos um perfil de desenvolvimento que nos forneça todos os dados para a elaboração do PEI. Este Instrumento deve ser de fácil acesso para todos os Intervenientes no processo educativo da criança/aluno.
Na perspectiva da oradora a técnica a utilizar numa sala de Ensino Estruturado poderá ser uma ''mistura” do TEACCH e do ABBA.
A organização de trabalho e da sala similar ao Método TEACCH e as técnicas de intervenção semelhantes ao método ABBA.
A oradora descreveu os vários Programas de intervenção para a população com Espectro de Autismo.
Chamou atenção para o necessidade de envolver, coordenar e dinamizar com todos os agentes educativos, bem como toda a comunidade.
Na lei surge que se deve “desenvolver metodologias de intervenção interdisciplinares…”, quando na realidade quem aplica e desenvolve essas metodologias é o docente de educação especial.
Deu a conhecer uma questão que tem surgido nas mais recentes investigações nos Estados Unidos. A questão é se "devemos ser tão inclusivos com as crianças com o espectro de Autismo?".
Mostrou algumas práticas e sugeriu que O ''Espaço de Reunião' pudesse ser utilizado na sala de aula, dessa forma as crianças realizariam o trabalho com os seus pares.
O grande desafio das Unidades deve ser “passarem” as competências adquiridas nesse espaço para os mais diversos contextos. Incluir rotinas praticadas dentro da sala e passá-las para o exterior.
Ficou ainda desafio para a ANDEE organizar formações acreditadas. Em resposta a este desafio surgiu a resposta, onde se referiu que a Associação está a tratar do processo de acreditação para realizar as formações.
A oradora, partilhou com todos os presentes um vídeo demonstrativo de práticas baseadas no programa STAR. Um vídeo muito bom, onde foi possível visualizar práticas muito úteis para quem trabalha numa Unidade com crianças autistas e mesmo para Pais e Famílias. O vídeo retrata a realidade Americana, onde um Técnico está com cada criança, realmente uma realidade muito diferente da nossa.
Fica o endereço onde poderão visualizar alguns vídeos. ou excertos, visualizados durante a sessão:
Esta foi uma sessão com partilha de opinões/experiências e muito diálogo.. O objectivo inicial da Associação foi mais uma vez alcançado com sucesso.
Durante a sessão foi referido por alguns dos presentes, algumas dúvidas em relação à legislação mas utilizando as palavras do Dr. Mário Pereira durante o 1º Congresso Internacional “Ser Professor de Educação Especial”
"Não desistimos, porque as más políticas não são tão fortes como os bons sonhos''
De lembrar que não são as políticas que fazem as práticas, estas podem limitar-nos, mas temos de ser nós a ''dar a volta'' para conseguir alcançar o sucesso com as nossas crianças.
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