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quarta-feira, 31 de março de 2010

Dançoterapia: O Movimento Expressivo em Educação especial”

Na passada quinta-feira dia 25 de Março, realizou-se o workshop em “Dançoterapia: O Movimento Expressivo em Educação especial” com a Professora Dr.ª Carla Alma Siciliotti, acção promovida pelo 1º Ciclo em Motricidade Humana (ISEIT) em parceria com a Associação Nacional de Docentes de Educação Especial e a Associação Portuguesa de Psicomotricidade.

Introduziu-se a dança num tema – uma viagem. Uma viagem sem fim, por um caminho, onde há altos e baixos, há linhas rectas e curvas, há momentos, há vivências e há diferentes formas de interpretar a música através da expressão corporal.

Começamos por fazer um aquecimento, onde teríamos que estar disponíveis para essa viagem, pelo que começamos a “sacudir o pó” literalmente do nosso corpo, seguidamente em interacção, sacudindo o pó dos outros.

No contínuo dessa viagem, fizeram-se dois grupos, em que cada um actuava alternadamente, possibilitando a observação da dinâmica do grupo e as diferentes vibrações e modos de interpretar a música de cada elemento. Esta divisão assentou em dois temas, “a serenidade”, com movimentos leves, suaves, descontraídos, e a “impulsão”, com movimentos mais firmes, coesos, fortes e determinados.

Por conseguinte, formaram-se quatro grupos, os quais se situaram nos pólos de uma cruz imaginária. Primeiramente, um grupo, de cada vez, ia expressando a sua interpretação corporal da música, segundo o ritmo, a melodia. Depois, todos os grupos ao mesmo tempo, em que se verificava a harmonia dentro do caos, e a individualidade ao mesmo tempo da colectividade.

Pode-se experienciar como a relação com o corpo, a consciência e controlo sobre o mesmo, a interacção com o outro, o toque, por vezes não é fácil, exige de nós uma abertura e um à-vontade, uma familiaridade. Como se consegue? Como que desligando do mundo e centrando-nos na música, no ambiente por ela criado, na nossa energia corporal. Este exercício dá-nos um melhor entendimento sobre determinadas especificidades de alunos com Necessidades Educativas Especiais, de que forma trabalhar, de que forma interpretar, de que forma conduzir, de que forma experienciar a actividade corporal aliado à dança e à música, no sentido de fomentar uma maior consciencialização do “eu” e de toda a sua expressão.

A dançoterapia permite desenvolver diferentes áreas, desde a concentração/atenção, lateralidade, coordenação motora, memória, criatividade, agilidade, interpretação, sequencialidade, auto-controlo, entre outros.

E a viagem continua…mas agora ao contrário! Cada grupo tinha que interpretar corporalmente o oposto do ritmo da música. Quando os sons eram imponentes, rápidos, intensos, deveria a expressão cultural ser suave, e quando acontecia o contrário, a expressão deveria ser activa, enérgica, sentida. Posteriormente, experimentou-se a oscilação entre o movimento e a pausa.

Não se sabe a duração da viagem, não se sabe quando se vai chegar, não há uma meta pré-estabelecida. Sabe-se que se vai numa viagem sem retorno! Que o ponto de partida não é o mesmo que o ponto de chegada.

Introduziu-se o símbolo do infinito (∞ ), em passos sequenciados de oito tempos, aliado ao simbolismo de gestos introduzidos pela “maestra” e posteriormente outros introduzidos por cada um, e depois uma mescla de gestos dados pela professora e aqueles inventados por nós ao ritmo da música.

Por fim, a criatividade foi posta à prova, foram formados três grupos, que deveriam consoante cada música, fazer a interpretação da mesma, aproveitando uma sequência de passos já introduzidos anteriormente. Então surgiram três momentos: ambiente medieval e solene; ambiente militar e magnificente; e, por último, ambiente artístico e imponente.

No término do workshop, reflectiu-se sobre a abertura que há em relação às diferentes terapias em Portugal. Que não é muito comum, ainda, existir dançoterapia nas escolas e que neste tipo de intervenção não se pode estipular um prazo, pois depende da criança e da sua evolução, e não há uma meta a atingir, há ou investe-se, sobretudo, um processo de desenvolvimento e maturação. A título de exemplo, na Itália, a dançoterapia realiza-se na Escola e fomenta a Inclusão, dado que cada intervenção pode ser dada em pequeno grupo (4/5 elementos), na qual a criança com NEE está inserida num grupo de referência, onde desenvolve competências sociais, comportamentais, de linguagem e comunicação, de interrelação, entre outras.

A música e a dança são um universo tão vasto, que se pode tirar partido de diferentes maneiras… foi mais uma experiência enriquecedora! Esta viagem não acaba aqui…continua nas nossas vidas!

Olga Sá

2 comentários:

  1. Caríssimos...li com muito interesse o que escreveram sobre a dançoterapia. E uma formação (creditada de preferência!)a realizar pela FMH a docentes de educação especial? Seria mt, mt, interessante e acima de tudo muito útil pra todos. Estamos tão cansados das formações q por aí aparecem, que na prática não nos servem de quase nada!
    Pensem nisso...à semelhança da acção de formação realizada pelo departamento de dança sobre "danças tradicionais"!
    o meu mail: paulatesta@netcabo.pt
    Mto obrigada desde já

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  2. Olá Paula
    Esta formação não foi realizada pela FMH mas sim pela Associação Nacional de Docentes de Educação Especial e a Associação Portuguesa de Psicomotricidade.
    Partilho da importância da formação pertinente, creditada ou não. Contudo a Pin - Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, está realizar todos os esforços para em breve termos formação creditada. Pode consultar em:
    http://proinclusao.com.sapo.pt/
    Um abraço

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